quarta-feira, 2 de março de 2016

Amparando a traição

Existem momentos em nossas vidas em que por mais inesperada que uma situação seja, acaba por se concretizar. Foi isto que ocorreu com uma mulher, de 28 anos, durante amizade, forte, que mantinha com uma moça, de 23 anos. Entre visitas e permanências em casas de cidades diferentes, a amizade se solidificou muito, com trocas de ideias e também de confidências. Porém, o cenário começou a se alterar e Nádia, de 28 anos, decidiu procurar uma ajuda profissional, de detetive, para tirar algumas dúvidas que passaram a nortear sua cabeça.

Era fim de tarde e a detetive Vanessa já pensava no dia seguinte, quando Nádia foi a seu escritório. De pronto, a detetive a atendeu, puxou uma cadeira e ficou frente à frente com a mulher. “Pois não, pode falar, por favor”, disse Vanessa, com voz baixa, mas firme, de forma a demonstrar segurança. Passa, então, a ouvir o relato. Nádia conta que mora em Santos e que por três anos manteve uma amizade forte com Mary, a ponto de a amiga ir duas vezes por anos até sua casa. Mary era de Santa Catarina.

Nádia conta para Vanessa que era casada, com três filhos, e estava grávida pela quarta vez. Também sentia que seu marido mudava o comportamento com ela. Vanessa explica que a investigação pode ocorrer. “Você precisa me passar vários detalhes, para que juntamente com os dados que vou levantar, eu possa lhe entregar um relatório com observações”, explica a detetive. Nádia fecha o serviço e Vanessa passa a cruzar diversas informações.

Neste tempo, Nádia já contara para Mary, em carta, sobre a nova gravidez, e a amiga foi para Santos para visita. Quando viajava, ficava vários dias. Ela chega na casa de Nádia com um dos braços enfaixado, o que desperta curiosidade e preocupação na amiga. Mary conta que se cortou, tentou suicídio por causa de um namorado, mas sem mais detalhes.

Diante da história, Nádia passa a acompanhar os movimentos da amiga. Ao mesmo tempo, sente seu marido cada vez mais distante, frio, sem interesse em ficar com ela. Durante uma noite, na cama, quando mantinham relação sexual, ele dispara: “Ma..Nádia...”. A mulher fica intrigada.
Bastante cheia de dúvidas, ela conversa com Vanessa. Durante entrevista, vem à tona o que menos podia esperar: seu marido tinha um caso com Mary. Ele a estava traindo com a melhor amiga dela. Nádia estava “amparando uma traidora”. Desconcertada com a suspeita, apontada pela detetive em função do que o homem disse na cama e por outras ações desenvolvidas para levantamento de dados, Nádia agradece a detetive e vai para casa.

Chegando lá, encontra a amiga trancada no banheiro. Fato que havia se tornado frequente. Nádia se lembra que Mary se distanciara dela, pouco falava e procurava não olhar muito nos olhos dela. Daí se trancar também no banheiro. Nádia consegue entrar no local e vê a mulher na tentativa de efetuar cortes bem em cima de onde já existiam pontos originados da tentativa de suicídio que Mary contara.

A partir desta data, sempre muito desconfiada, Nádia ficou a observar os passos da amiga dentro de casa, até a data do retorno dela para Santa Catarina. A cliente de Vanessa ainda explicou para a detetive que apesar da descoberta de traição, ficaria com o marido, por causa dos filhos. Foi o que fez. Agradeceu Vanessa pelo trabalho desenvolvido e continuou sua vida, sem tirar da mente a traição e sem querer mais contato com Mary.