Existem momentos em nossas vidas em que por mais inesperada
que uma situação seja, acaba por se concretizar. Foi isto que ocorreu com uma
mulher, de 28 anos, durante amizade, forte, que mantinha com uma moça, de 23
anos. Entre visitas e permanências em casas de cidades diferentes, a amizade se
solidificou muito, com trocas de ideias e também de confidências. Porém, o
cenário começou a se alterar e Nádia, de 28 anos, decidiu procurar uma ajuda
profissional, de detetive, para tirar algumas dúvidas que passaram a nortear
sua cabeça.
Era fim de tarde e a detetive Vanessa já pensava no dia
seguinte, quando Nádia foi a seu escritório. De pronto, a detetive a atendeu,
puxou uma cadeira e ficou frente à frente com a mulher. “Pois não, pode falar,
por favor”, disse Vanessa, com voz baixa, mas firme, de forma a demonstrar
segurança. Passa, então, a ouvir o relato. Nádia conta que mora em Santos e que
por três anos manteve uma amizade forte com Mary, a ponto de a amiga ir duas
vezes por anos até sua casa. Mary era de Santa Catarina.
Nádia conta para Vanessa que era casada, com três filhos, e
estava grávida pela quarta vez. Também sentia que seu marido mudava o
comportamento com ela. Vanessa explica que a investigação pode ocorrer. “Você
precisa me passar vários detalhes, para que juntamente com os dados que vou levantar,
eu possa lhe entregar um relatório com observações”, explica a detetive. Nádia
fecha o serviço e Vanessa passa a cruzar diversas informações.
Neste tempo, Nádia já contara para Mary, em carta, sobre a
nova gravidez, e a amiga foi para Santos para visita. Quando viajava, ficava
vários dias. Ela chega na casa de Nádia com um dos braços enfaixado, o que
desperta curiosidade e preocupação na amiga. Mary conta que se cortou, tentou
suicídio por causa de um namorado, mas sem mais detalhes.
Diante da história, Nádia passa a acompanhar os movimentos
da amiga. Ao mesmo tempo, sente seu marido cada vez mais distante, frio, sem
interesse em ficar com ela. Durante uma noite, na cama, quando mantinham
relação sexual, ele dispara: “Ma..Nádia...”. A mulher fica intrigada.
Bastante cheia de dúvidas, ela conversa com Vanessa. Durante
entrevista, vem à tona o que menos podia esperar: seu marido tinha um caso com
Mary. Ele a estava traindo com a melhor amiga dela. Nádia estava “amparando uma
traidora”. Desconcertada com a suspeita, apontada pela detetive em função do
que o homem disse na cama e por outras ações desenvolvidas para levantamento de
dados, Nádia agradece a detetive e vai para casa.
Chegando lá, encontra a amiga trancada no banheiro. Fato que
havia se tornado frequente. Nádia se lembra que Mary se distanciara dela, pouco
falava e procurava não olhar muito nos olhos dela. Daí se trancar também no
banheiro. Nádia consegue entrar no local e vê a mulher na tentativa de efetuar
cortes bem em cima de onde já existiam pontos originados da tentativa de
suicídio que Mary contara.